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O amor que nos prometem e o amor que podemos viver.

  • Foto do escritor: Victor Henrique
    Victor Henrique
  • 9 de set.
  • 3 min de leitura
Casal sentado sobre uma pedra diante de um lago e montanhas, em um momento de contemplação e conexão
Casal sentado sobre uma pedra diante de um lago e montanhas, em um momento de contemplação e conexão.

Se existe um tema que atravessa nossas vidas, é o amor. Está nas músicas que tocam no rádio, nas novelas e filmes da televisão, nas letras de sofrência que embalam festas e corações partidos, nas conversas de família e nas resenhas entre amigos. Todo mundo tem uma ideia do que é o amor — e, muitas vezes, essas ideias não coincidem. Afinal, existe um jeito “correto” de amar?


Como as histórias que consumimos moldam (e limitam) nossas expectativas.


A cultura popular oferece muitas respostas. Nos contos de fadas da Disney, o amor aparece como promessa de “felizes para sempre”. Na novela Chocolate com Pimenta, a imagem das “ duas metade da laranja” reforça a ideia de que só seremos completos quando encontrarmos alguém, nossa alma gêmea. Nas músicas sertanejas e sofrências, o amor é até cantado como dor e prisão — como em Regime Fechado ou Dois Tristes, de Simone e Simaria, onde o amor chega a ser oposto á liberdade. E quem não se lembra da Pequena Sereia, que precisou abrir mão da própria voz — sua autenticidade, sua expressão — para viver um amor humano?


Casal hétero sentado em lados opostos dos trilhos de um trem, de costas, segurando metades de um coração partido
Casal hétero sentado em lados opostos dos trilhos de um trem, de costas, segurando metades de um coração partido.

Essas narrativas nos encantam, mas também nos cobram um preço alto. Do ponto de vista existencialista, o amor romântico costuma esconder uma exigência silenciosa: que o outro renuncie à própria liberdade para me eleger como centro da sua vida. É como se amar fosse colocar o parceiro no lugar de absoluto, esperando que toda sua existência gire em torno de mim. Só que essa lógica, inevitavelmente, gera uma disputa. De um lado, o masoquismo, quando alguém aceita ser apagado, abrindo mão de si em nome da relação. De outro, o sadismo, quando alguém busca capturar e aprisionar o outro como objeto de sua posse. Nos dois casos, o resultado é o mesmo: sofrimento e impossibilidade de um encontro genuíno, porque o amor passa a ser luta de poderes, e não liberdade compartilhada.


Da fusão que aprisiona para a liberdade que conecta.


Dois corações livres no céu, simbolizando um amor que não prende, mas convida a caminhar junto
Dois corações livres no céu, simbolizando um amor que não prende, mas convida a caminhar junto.

Do ponto de vista existencial, o amor não é destino nem prisão. Ele não pede que abramos mão da nossa liberdade ou que deixemos de ser quem somos. Amar é uma escolha consciente, construída no dia a dia, em que duas pessoas inteiras se encontram sem precisar se tornar uma só. Como lembra a escritora bell hooks, o amor não é apenas sentimento, mas vontade e ação — uma prática que envolve responsabilidade e compromisso com o crescimento do outro e de si. Essa perspectiva nos convida a pensar o amor menos como fusão eterna de almas e mais como aliança: uma aposta em caminhar junto sem apagar o caminho de cada um.


Saindo do script cultural para escrever a própria história.


Para o existencialismo não existe amor para além daquele que nós construímos. Na prática, porém, sabemos que não é fácil romper com os modelos que aprendemos desde cedo. Muitas vezes, mesmo quando entendemos racionalmente que certas ideias de amor são ilusórias, continuamos presos a padrões de dor: ciúmes que consomem, medo de perder o outro, a sensação de não ser suficiente, a dificuldade de estar só ou de confiar plenamente. Essas experiências emocionais não se desfazem apenas com lógica — e é justamente aí que a psicoterapia pode ajudar.

Relações tão diversas quanto as pessoas que as compõem, representam diferentes formas de amar
Relações tão diversas quanto as pessoas que as compõem, representam diferentes formas de amar

Na terapia, você encontra um espaço seguro para olhar para si, compreender como suas histórias pessoais, familiares e culturais influenciam sua forma de amar, e abrir novas possibilidades de se relacionar — consigo mesmo e, a partir disso, com os outros. É também um espaço de reconhecimento das diversas formas de viver o amor. Afinal, as experiências amorosas não são universais: raça, gênero, classe, orientação sexual e outros marcadores sociais atravessam profundamente a maneira como cada pessoa ama e é amada, trazendo vulnerabilidades e demandas específicas que merecem ser acolhidas sem julgamento.

Mulher negra em cuidado terapêutico online, no conforto de casa, em ambiente iluminado pelo sol matinal
Mulher negra em cuidado terapêutico online, no conforto de casa, em ambiente iluminado pelo sol matinal.

Amar não precisa ser prisão nem perda de si. Pode ser encontro, liberdade compartilhada e construção consciente de projetos reais. E talvez o primeiro passo seja se permitir olhar para as próprias experiências — e, se for difícil fazer isso sozinho, a psicoterapia pode ser o espaço de apoio e reflexão que você precisa.



 
 

Victor Henrique Psicoterapia Online - CRP 03/31806

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